Thursday, April 10, 2025

Trechos da entrevista do secretário de Estado, Marco Rubio, com Donald Trump, Jr. do podcast ‘Triggered com Don Jr.’

Department of State United States of America

Tradução cortesia do Departamento de Estado dos Estados Unidos



Entrevista

MARCO RUBIO, SECRETÁRIO DE ESTADO

(…)

PERGUNTA: Bem, obrigado novamente, Sr. secretário, por dedicar seu tempo. Creio que, para começar, foi interessante ver a Suprema Corte ontem, em minha opinião, inteligentemente revogar a ordem de restrição contra o governo Trump no que se refere à capacidade de deportar membros da gangue assassina e traficante de drogas Tren del Aragua para El Salvador. Você pode falar sobre a importância disso? Sei que você tem lidado com isso diariamente. Sei que você estava intimamente envolvido, obviamente, quando eles estavam tentando revogar a prisão a fim de garantir que não pudéssemos deportar bandidos assassinos. Mas você pode falar sobre esse trabalho histórico de coordenação com o presidente Bukele, de El Salvador, para realmente tirar esses criminosos de nossas ruas?

SECRETÁRIO RUBIO: Bem, algumas coisas. O mais importante sobre essa decisão judicial é que ela afirmou que é preciso protocolar a ordem, comparecer perante o juiz onde quer que essas pessoas estejam detidas antes que elas sejam enviadas para o exterior. Porque, naquele momento, o que estava acontecendo era que esses ativistas estavam basicamente apenas buscando um tribunal — eles buscavam — buscavam um fórum. Eles descobririam: "Onde posso encontrar um juiz federal amigável que me dê a maior probabilidade de vitória no tribunal?". Então, há mais de 600 juízes de Tribunais Distritais, e então tem um sujeito em Nova Jersey, um sujeito em Nova York ou um sujeito em Washington, DC, basicamente dando ordens no país inteiro. Ou seja, um desses juízes federais tem o poder de paralisar todo o governo federal em todos os 50 estados e em cada um de nossos territórios.

E então acredito que a coisa mais importante que o tribunal disse é, em primeiro lugar, se você quer lutar contra essas coisas, você tem de lutar na jurisdição de onde elas estão sendo enviadas ou detidas — neste caso, o Texas — que claramente, por qualquer motivo, esses advogados não querem ir ao Texas para entrar com o processo, certo?

E a outra é simplesmente o poder do governo federal de conduzir a política externa. Temos um juiz agora que está basicamente tentando dar ordens ao governo federal, ao Poder Executivo, para trazer pessoas de volta. Em suma, eles estão tentando nos ordenar a ir até o presidente de El Salvador e lhe dizer que agora eles devem enviar as pessoas de volta para nós. Portanto, não podemos viver em um país — isso simplesmente não é constitucional — onde os juízes estão agora conduzindo a política externa dos Estados Unidos. 

A viagem a El Salvador foi uma das primeiras que fiz. Acho que foram duas, talvez três semanas, como secretário de Estado. Eu me reuni com Bukele. Eu o conheço há muito tempo. Ele é muito pró-americano, gosta muito do presidente. Ele vem nos visitar aqui em breve — creio que talvez na próxima semana seja quando ele virá ao Salão Oval. E ele concordou; disse: "Veja, eu construí estas prisões e vou alojar pessoas aqui." Primeiro, ele quer seus assassinos da (gangue) MS-13 que estão nos Estados Unidos, porque também são procurados por crimes em El Salvador.

E ele também está disposto a prender membros dessa perigosa gangue venezuelana, e está fazendo isso por uma fração do valor que nos custaria aqui nos Estados Unidos para prendê-los. Essa é uma das gangues mais perigosas de todos os tempos, Tren de Aragua, uma das gangues mais perigosas já vistas. Eles entram, tomam conta de comunidades inteiras, e nós os queremos fora do país. E a Venezuela não os estava aceitando, então tivemos de encontrar um lugar para enviá-los, e ele tem o lugar perfeito para enviá-los. Esse é um acordo que fizemos com ele no início de fevereiro, e essa foi a execução do acordo. Somos muito gratos.

E desde então, enviamos outro grupo para lá — não tão grande, mas você olha a lista de pessoas, creio que enviamos nove ou dez. Você vê a ficha criminal de algumas dessas pessoas, é um dos piores grupos de seres humanos que já vi na minha vida, e estou feliz que eles não estejam mais nos Estados Unidos.

PERGUNTA: Bem, ver os esquerdistas tentando defender essas pessoas, libertá-las — ou seja, é meio louco. Não consigo imaginar uma civilização que pudesse sobreviver soltando algumas das pessoas mais violentas da história de volta para nossas ruas. Será que eles perderam tanto o rumo que estão dispostos a enfrentar as consequências não importa o custo? 

SECRETÁRIO RUBIO: Sim, acredito que eles ficam tão irritados com tudo o que acontece em termos de qualquer tipo de remoção de pessoas do país, que quase automaticamente se presume que, se você for de alguma forma removido deste país, você é um candidato ao Prêmio Nobel da Paz ou algo assim — é incrível. Você lê esses artigos; essas são as pessoas mais incríveis que já viveram, que, por acaso, estão todas ilegalmente em nosso país. 

Mas é um ponto muito simples e básico: que país no mundo presumiria que milhões de pessoas em uma migração em massa, sem mencionar milhares e milhares de pessoas que você sabe que são membros de gangues perigosas e têm antecedentes criminais em seu país de origem ou aqui, ou fazem parte de grupos que cometem crimes, que — é a coisa mais estúpida que já ouvi, que algum país queira mantê-los lá. Isso tornaria tudo — para uma pessoa comum nos Estados Unidos, se você fosse até eles e dissesse: "Deveríamos expulsar as pessoas que estão aqui ilegalmente e são criminosas perigosas?", isso é, logicamente, óbvio. Isso deve se enquadrar no princípio de 90 a 10 nos Estados Unidos, certo?

PERGUNTA: O fato de haver até mesmo um 10 é chocante para mim. Quero dizer —

SECRETÁRIO RUBIO: Certo, ou talvez seja até mais, certo?

PERGUNTA: Sim.

SECRETÁRIO RUBIO: Mas esses sujeitos estão sempre do outro lado, certo? Eles estão sempre do outro lado. E o que eles estão basicamente dizendo ao povo americano é que essas pessoas que estão em nosso país ilegalmente, e, aliás, são perigosas, de alguma forma têm os mesmos direitos, se não mais, do que cidadãos comuns em nosso país que cumprem a lei, nasceram aqui ou se naturalizaram aqui ou são cidadãos legais dos Estados Unidos — eles basicamente têm os mesmos direitos que você.

É o mesmo problema com os vistos de estudante. Temos esse conceito que foi construído de que isso é, de alguma forma, um direito das pessoas, que têm direito a um visto. Ninguém tem o direito de entrar nos EUA ilegalmente, muito menos permanecer aqui, e ninguém tem direito a um visto. Um visto — negamos vistos todos os dias em todo o mundo porque achamos que alguém pode ficar além do prazo, porque temos dúvidas sobre alguém.

Então, nenhuma dessas coisas está certa, então é hora — além de fazer o que é bom para nosso país, é uma oportunidade importante para redefinir a realidade sobre o que essas coisas realmente são.

PERGUNTA: Sim. Eu diria que o governo Biden cancelou muitos vistos de pessoas que poderiam ser o próximo astronauta, o próximo físico nuclear, o próximo — porque provavelmente não eram eleitores democratas confiáveis. Mas acredito que o mais importante, como você e meu pai deixaram bem claro, é que gangues como a Tren del Aragua — parte do regime narcoterrorista de Maduro, que tem influenciado a violência contra cidadãos americanos, assassinatos, bem como o povo venezuelano — não são apenas um problema estrangeiro; são americanas, e estão bem em nosso quintal. O que mais as pessoas precisam entender sobre a profundidade disso? Porque não se trata apenas de, veja, eles se livraram de algumas pessoas. Quero dizer, isso me parece uma operação séria, projetada com o intuito de realmente minar e prejudicar os Estados Unidos em sua base.

SECRETÁRIO RUBIO: Sim. Não, não havia dúvida de que foi usado como uma ferramenta contra nós. Creio que a migração em massa foi usada como arma contra os Estados Unidos. Penso que, com o passar dos anos, com o passar dos meses, à medida que aprendermos mais sobre isso, haverá evidências e provas disso por aí. Não há dúvida de que houve um esforço conjunto, entre outras coisas. Quero dizer, já havia muita gente querendo vir por vários motivos. Além disso, acho que houve um esforço conjunto para atrair pessoas para os Estados Unidos. Não é inédito. Em 1980, Fidel Castro abriu seus manicômios, abriu suas prisões e basicamente inundou os Estados Unidos com criminosos de Cuba, e pagamos um preço extraordinário por isso. Portanto, não é inédito.

No caso do Tren de Aragua, era uma gangue de prisioneiros dentro da Venezuela. O regime venezuelano os expulsou do país sabendo que muitos deles — primeiro, desestabilizaram todos os tipos de países vizinhos na região, mas acabaram chegando aos Estados Unidos. E vimos essa tendência começar provavelmente em janeiro de 2023, quando começamos a ver um aumento no número de pessoas chegando.

Na verdade, foram os venezuelanos que me disseram isso. As pessoas aqui no país estavam dizendo: "Olha, essas pessoas que estão chegando agora são membros de gangues". E no começo você meio que pensa: "Bem, como você sabe mesmo?". Mas eles estavam certos. Estavam absolutamente certos. E começamos a ver isso. E começamos a vê-los nos lugares mais improváveis. Não era como se todos estivessem vindo para Miami. Na verdade, eles estavam indo para lugares como Chicago, Nova York e Aurora, Colorado, e espalhados por todo o país. E então os crimes começaram.

Portanto, não há dúvida de que esse foi um esforço conjunto do regime de Maduro não apenas para expulsar esses membros de gangues de seu país, mas também para empurrá-los para os Estados Unidos e impor um preço a este país. E é exatamente o que está escrito no manual de Fidel Castro.

PERGUNTA: Sim. Bem, María Corina Machado conquistou 92% dos votos no país em uma primária aberta, apesar da repressão brutal e da censura. Eu a convidei para o programa há duas ou três semanas. Ela estava falando sobre — quero dizer, se ela fosse a um restaurante — porque ela nem podia voar, dirigindo para um ponto de parada de campanha — eles fechariam o restaurante somente por ter servido ela. Ou seja, ela é claramente a escolha do povo venezuelano. Ela foi banida das urnas. Mas mesmo seu substituto, Edmundo González, ainda assim venceu a eleição por 40 pontos. Quero dizer, isso é —

SECRETÁRIO RUBIO: Sim.

PERGUNTA: Não é como algumas dessas coisas aqui, em que você diz: "Ei, você venceu por pontos-base, onde estão os ganhos?" Ou seja, isso é bastante decisivo mesmo naquele regime. Você diria que a oposição venezuelana hoje está mais unida e confiável do que talvez tenhamos visto no passado, e que isso pode realmente efetuar mudanças reais no futuro?

SECRETÁRIO RUBIO: Bem, eles estão tão corajosos quanto sempre foram, e ela em particular. María Corina Machado é uma mulher incrivelmente corajosa. Ou seja, não estou criticando ninguém quando digo isso, certo? Mas se você olhar para a oposição venezuelana, uma grande porcentagem das figuras conhecidas dela agora está morando no exterior, porque chega um momento em que a vida da sua família é ameaçada ou eles te forçam a sair do país ou você sai. Você viaja para o exterior para fazer um discurso e eles não te deixam voltar. Ela ficou. Mas está escondida. Eles estão procurando — eles a caçam todos os dias. Tipo, eles estão tentando pegá-la, já tentaram prendê-la algumas vezes. Uma coragem incrível. Uma das pessoas mais corajosas do mundo, e creio que as pessoas não sabem o suficiente sobre ela.

Mas é preciso que as pessoas entendam que estar na oposição política na Venezuela, neste momento, é uma circunstância de risco de vida. Eles o colocarão na cadeia. Eles prenderam todos ao redor do país, e essas não são prisões normais. São condições atrozes em que elas se encontram.

Portanto, não se trata de um governo. O regime de Maduro não é um governo. Ele governa o território porque tem as armas e as forças de segurança, mas basicamente é uma organização narcoterrorista com fortes vínculos com o Irã, fortes vínculos com o narcotráfico, e por acaso controla o território. Eles nem mesmo controlam toda a Venezuela porque as regiões de fronteira com a Colômbia são controladas — controladas abertamente — por terroristas narcoguerrilheiros.

Então, sim, se houvesse uma eleição de verdade na Venezuela, Maduro perderia — como perdeu — por muito. Mas, obviamente, a maneira de se manterem no poder é matando e prendendo as pessoas que não concordam com eles.

PERGUNTA: Bem, sei que o governo Biden — quero dizer, esses eram regimes que estavam em grande parte na corda bamba até que fechamos nossa própria produção de energia, o oleoduto Keystone, e permitimos que a Chevron fizesse um acordo com o regime de Maduro que lhes deu o dinheiro que, tenho certeza, foi desviado e/ou canalizado de volta para o regime para mantê-los no poder. Quero dizer, não consigo pensar em um exemplo mais gritante de basicamente dar uma tábua de salvação a literalmente um ditador terrorista do que o que vimos no passado.

Como podemos conciliar o fato de isso ter acontecido nos Estados Unidos, apesar das diferenças partidárias? Quero dizer, é tão flagrante, e o fato de que a mídia nem sequer fala sobre isso, nem sequer fala sobre isso; mas se fizermos alguma coisa aqui, eles são tão veementes sobre qualquer tipo de mudança no que foi, em última análise, uma política fracassada que impulsionou um ditador.

SECRETÁRIO RUBIO: Veja, na política externa, queremos ser maduros e realistas. Será preciso lidar com algumas pessoas ruins, certo? Teremos de lidar com pessoas de quem não gostamos, com quem não concordamos, mas para fins de política externa, paz e todo esse tipo de coisa, temos de lidar com elas, certo?

O problema é que não se pode fazer isso de maneira estúpida, e foi isso que o pessoal de Biden fez. Eles foram até Maduro e disseram: "Tudo bem, vamos fazer um acordo. Você promete realizar eleições, eleições livres e justas em nove meses ou algo assim, e nós suspenderemos imediatamente as sanções e permitiremos que você comece a produzir petróleo e seja pago por isso. A propósito, foi um acordo paralelo, porque eles não anunciaram — eles só anunciaram que fizeram esse acordo com a Chevron. O que eles não anunciaram foi que a Chevron — com um acordo paralelo e secreto — foi autorizada a pagar royalties ao regime de Maduro. Ela era responsável por mais de 25% de toda a receita do petróleo que entrava no regime.

Então eles fizeram esse acordo. Bem, eles não tinham — você falou sobre a eleição. A eleição foi falsa. Eles não tiveram uma eleição. E depois disso, depois disso, eles abandonaram o acordo em vigor. Eles o mantiveram, embora tenham descumprido sua promessa de realizar eleições livres e justas. Acho que a maneira — se eles fossem fazer isso — e não acho que, a essa altura, seja possível fazer isso — digamos que, primeiro, vocês terão eleições livres e justas e, depois, suspenderemos as sanções. E então nós — mas eles — e mesmo que você faça isso da maneira que o pessoal de Biden fez, pelo menos se eles não — se eles quebrarem sua palavra, desfaça a coisa. Pare de receber, de permitir que eles recebam dinheiro. Mas eles não fizeram nada disso.

Portanto, creio que esse é mais um exemplo de estupidez em nossa política externa, para a qual outros países olham e dizem: "Bem, caramba, eles se safaram com isso; nós deveríamos — nós poderíamos nos safar com o que quisermos também". Na verdade, é tanto fraqueza quanto estupidez.

PERGUNTA: Sim. Quero dizer, não sou nem de longe um especialista em política externa, mas sei o suficiente sobre negociação para dizer que você não abre mão de toda a sua capacidade, não dá ao outro lado tudo o que ele quer antes de chegar à mesa para descobrir o que você quer. Você mantém a pressão máxima sobre eles a fim de que possa de fato realizar mudanças reais na política.

SECRETÁRIO RUBIO: Sim. Bem, se eu quiser colocar isso em termos imobiliários, você não pode dizer, okay, me pague pelo prédio e eu fico com o prédio de qualquer maneira. (Risos.) E esse foi basicamente o acordo que eles fizeram. É como se dissessem, aqui está todo esse dinheiro para você — queremos comprar seu hotel ou sua propriedade. Vamos lhe enviar todo esse dinheiro para isso. Mas, a propósito, você pode ficar com o hotel e a propriedade. Você fica com o dinheiro e o hotel. Foi isso que esses caras conseguiram. Eles conseguiram manter sua ditadura e seu acordo, mas obviamente o presidente Trump é um tipo muito diferente de presidente, e isso acabou agora.

PERGUNTA: Concordo. Sr. secretário, pode falar sobre o impacto de sua liderança bem-sucedida e o que parece ser um pivô mais amplo para o Hemisfério Ocidental? Já vimos comparações com a Doutrina Monroe. Você pode falar sobre as oportunidades de abalar os alicerces do comunismo no Hemisfério Ocidental e construir alianças americanas fortes e duradouras em nosso quintal, seja com Bukele em El Salvador, Milei na Argentina, María Corina Machado na Venezuela, esperamos que futuramente, e talvez outros? O que tudo isso lhe parece?

SECRETÁRIO RUBIO: Sim. Bem, o ponto de partida é que os Estados Unidos querem ser amigos de nossos amigos, certo? Portanto, durante muito tempo, se você fosse um aliado dos EUA ou pró-americano na região, nós o ignorávamos e, em alguns casos, até o tratávamos mal. Mas se você fosse um causador de contratempos, como a Nicarágua, Cuba ou Venezuela, então fazíamos todos esses acordos com você para deixá-lo feliz, certo? Então, fazíamos acordos com as pessoas que nos odiavam e negligenciávamos ou, às vezes, éramos totalmente hostis com os países que eram pró-americanos.

Portanto, revertemos tudo isso. E você — e veja, talvez eu me esqueça de um país aqui, mas você fala de lugares como Guiana, Argentina, Paraguai, Costa Rica; o presidente do Panamá é muito pró-americano, o que significa que ele quer ser nosso aliado e nosso parceiro; El Salvador, República Dominicana. Portanto, temos feito um esforço conjunto para entrar em contato com esses países que têm governos e líderes que querem estar alinhados com os Estados Unidos, não apenas em questões regionais, mas também em questões internacionais, e descobrir uma maneira — queremos que esses líderes democraticamente eleitos voltem ao seu povo e digam: "Ei, há benefícios em ser amigo dos Estados Unidos; aqui estão os benefícios."

Ao mesmo tempo, nos permite definir claramente os países que têm governos inimigos dos Estados Unidos, infelizmente, em Cuba, na Nicarágua, e, obviamente, no regime da Venezuela. Portanto, identificamos esses. E, então outros, temos algumas questões difíceis para resolver, como com o México. Para ser justo, acredito que os mexicanos estão fazendo mais hoje contra os cartéis e contra a migração do que nunca, e, obviamente, o mérito vai para o presidente Trump por ser tão firme nisso. Mas esse é um exemplo de como o engajamento positivo tem nos permitido alcançar resultados — nos permitido alcançar um nível de cooperação com o governo mexicano que nunca tivemos antes sob a liderança de presidentes anteriores. 

PERGUNTA: Como você gostaria de ver isso? Porque, para mim, isso é o mais importante. Ou seja, gastamos trilhões na Ucrânia; não importa. Nós — quer dizer, não é realmente uma ameaça clara e presente para nós, nós — todas essas coisas. Mas, quero dizer, a fronteira mexicana, quer seja, honestamente, muitas das coisas com as quais tenho certeza de que você provavelmente está lidando, tanto no comércio quanto nos cartéis, com o tráfico de fentanil e, em seguida, o tráfico de pessoas e o tráfico sexual de crianças — adoro ver o México fazer isso. O que mais podemos fazer para ajudar a ampliar esses esforços?

Porque, quero dizer, creio que, se olharmos objetivamente, imagino que provavelmente haja muita infiltração de cartéis nas Forças Armadas mexicanas. Você vê cerca de um número x de candidatos presidenciais mortos no México, provavelmente pelos cartéis.

SECRETÁRIO RUBIO: Sim, sim.

PERGUNTA: Há influência indevida. Não é como uma gangue na Califórnia. Essas são organizações paramilitares muito sofisticadas e muito bem financiadas neste momento. Como podemos ajudar a reforçar isso? Porque quando vejo 100 mil americanos morrendo por ano — dois Vietnãs por ano — indiscriminadamente com fentanil, isso me parece o perigo mais óbvio, claro e presente para os Estados Unidos em qualquer questão estrangeira com a qual lidamos, qualquer guerra e qualquer conflito.

SECRETÁRIO RUBIO: Sim, sem dúvida. Portanto, acredito que o primeiro passo é reconhecer o que você acabou de dizer, e isso é — e vou lhe dizer por que reconhecemos isso. Você está absolutamente certo. Quero dizer, há juízes — tipo, vamos falar sobre extradições. Há pessoas que são extraditáveis, por exemplo, são procuradas nos Estados Unidos; deveriam ser extraditadas. Mas elas literalmente vão até algum juiz corrupto e dizem: "Ah, esse não sou eu, eu não sou José Sanchez, eu não sou Juan Ramirez, esse não sou eu." E elas passam dez anos nesse processo. E então existem algumas pessoas naquele governo que querem se livrar dessas pessoas, que querem enfrentá-las, e nós simplesmente temos de entender que, no México, para essas pessoas se mobilizarem e dizerem: "Vou enfrentar um cartel de drogas", não é como se você pudesse perder a próxima eleição ou ser destituído do cargo. É como se você pudesse ser decapitado. Você pode ser morto. Seu carro pode explodir. Seus filhos e sua família podem ser mortos. O mesmo acontece com jornalistas que desvendam tudo isso. 

Então, creio que parte disso é capacitação, ou seja, trabalhar com eles. Os mexicanos têm capacidades. Quero dizer, eles não são — não é um país do Terceiro Mundo. Quero dizer, eles têm instituições no local com as quais fazemos parcerias. É compartilhamento de inteligência, seja eles nos alertando: "Ei, esses caras que achamos que cruzaram sua fronteira e estão operando em Tucson"; ou nós os avisando: "Ei, há um carregamento de drogas ou uma rede de tráfico de pessoas se movimentando". Vocês podem agir em relação a isso? Portanto, todo esse tipo de colaboração está acontecendo agora mesmo, e é mais intenso do que nunca.

Agora, há mais a ser feito. E se olharmos para a fronteira hoje, é provavelmente a fronteira mais segura que já tivemos na minha vida, isso é certo. Quero dizer, simplesmente não há ninguém atravessando. Na verdade, um dos maiores problemas que enfrentamos ou das reclamações que ouvimos agora é que há pessoas que estavam vindo para cá, vindo pela América Central; elas perceberam que Trump venceu a eleição e que ele estava falando sério. Elas deram meia-volta e agora estão meio que presas nesses países ao longo do caminho, seja no México, na Guatemala, em Honduras, seja lá onde for. Elas estão dando meia-volta. Então, isso parou, e creio que os mexicanos merecem algum crédito por nos ajudar nesse front, porque eles realmente enviaram mais tropas da Guarda Nacional para a fronteira do que nunca.

Veja, eles ainda têm grandes problemas. Ainda temos de lidar com o fato de que há regiões do México onde os cartéis de drogas são muito mais poderosos que o governo. Na verdade, o governo pode nem estar presente lá. Eles são o governo. É um empreendimento enorme e exige — temos de trabalhar — não é apenas uma questão dos EUA. Quero dizer, é o Departamento de Defesa, é Kristi Noem no DHS, é Tom Homan, são todos esses diferentes elementos do governo que estão em parceria com os mexicanos. Este momento representa o mais próximo que já trabalhamos com eles. Temos muito mais a fazer, mas este é o mais próximo que já trabalhamos com os mexicanos, autoridades mexicanas, com o objetivo de lidar com este problema, e acredito que há mais a ser feito.

PERGUNTA: Isso é ótimo. Enquanto isso, eu acho, o Departamento de Estado — falamos sobre vistos um pouco antes, mas você tem confrontado agressivamente portadores de vistos ligados a grupos terroristas e extremismo. É meio chocante para mim que isso nunca tenha sido feito antes. Você pensaria que isso seria um sinal de alerta bastante sério, mas aparentemente não foi. Somente pessoas que compram bonés e/ou Bíblias (referentes ao slogan) Maga seriam alvo do governo Biden. Você poderia explicar sua missão e prioridades em relação a estrangeiros aqui com vistos que estão agindo contra os interesses dos Estados Unidos?

SECRETÁRIO RUBIO: Sim. Então, se você for agora mesmo a um guichê em alguma Embaixada e solicitar um visto para os Estados Unidos, há todos os tipos de razões pelas quais não permitiremos sua entrada: porque consideramos que você pode ultrapassar o prazo de seu visto, porque não gostamos ou temos dúvidas sobre algumas de suas atividades políticas e suas opiniões. Simplesmente não lhe daremos um visto proativamente, de antemão. Meu argumento é que, se identificarmos pessoas assim, às quais não teríamos concedido um visto se tivéssemos informações, mas agora elas têm um visto e estão aqui e sabemos as informações, não deveríamos pedir que saiam por causa disso? Em essência, se não fizéssemos isso — se houvesse coisas sobre você que, se soubéssemos, não teríamos lhe dado um visto, deveríamos estar retirando seu visto. É simples assim.

Não há — ninguém tem direito a um visto. Quero dizer, há todos os tipos de razões pelas quais as pessoas têm o visto negado. Há pessoas que não conseguem dizer por que o visto foi negado; elas simplesmente não sabem. É que nós — não estamos aceitando mais pessoas daquele país, ou simplesmente — seja lá o que for. Portanto, creio que, no fim das contas, é isso que estamos tentando fazer agora: tentar identificar pessoas sobre as quais temos informações e que, se soubéssemos dessas informações, nunca teríamos dado o visto. E estamos revogando esses vistos, e elas têm de ir embora.

Pois bem, acredito que todos lhe diriam o seguinte: se você me dissesse que estou solicitando um visto de estudante para poder frequentar uma universidade e, enquanto estiver em sua universidade, me tornarei membro em apoio ou até mesmo participarei de grupos que vão invadir bibliotecas, pichar monumentos, iniciar tumultos, tocar tambores dia e noite, assediar estudantes judeus, se você me dissesse que estaria ligado a qualquer uma dessas coisas, nunca deveríamos ter lhe concedido o visto. Agora que você está fazendo isso, devemos retirar seu visto. E é isso que estamos tentando fazer e é isso que estamos fazendo. 

Eu sei que dá muito trabalho, mas nós — é algo que eu queria fazer quando era senador dos EUA. Tenho falado sobre isso há dois anos e meio. Creio que é a coisa mais louca que já vi. Que país no mundo — quão estúpido, quão ridículo é para algum país dizer: "Sim, tragam mais pessoas para nosso país que vão perturbar e criar tumultos em nossas ruas e em nossos campi". Quem faria isso? É idiota, e não estamos mais fazendo coisas idiotas.

PERGUNTA: Sim. Você pensaria que uma das principais desqualificações estaria na solicitação, se você ocultasse suas verdadeiras intenções de estar lá, isso por si só seria desqualificante. E é claramente isso que muitas dessas pessoas estão fazendo. Elas estão vindo sob o disfarce de estudantes, mas são muito mais ativas em seu papel como ativistas do ódio do que realmente tentando ser estudantes. 

SECRETÁRIO RUBIO: Isso mesmo. E veja, quero dizer, no final das contas, uma coisa é que você é um cidadão americano, você vai ao campus, você se envolve nesses movimentos — é muito lamentável, e eu acredito que esse é um problema social que temos de enfrentar como país, tipo, por que cidadãos do país mais próspero e livre da história do mundo estão criando filhos que estão odiando o país que tornou tudo isso possível? Mas outra coisa é dizer: e, a propósito, também vamos convidar pessoas para nosso país como hóspedes que vão se juntar e fomentar esses movimentos. Isso simplesmente não faz sentido para mim.

A propósito, esses não são os únicos vistos que estão sendo revogados. Isso é — como se você tivesse sido pego dirigindo sob efeito de álcool — se você estivesse aqui com um visto de estudante e tivesse sido pego dirigindo sob efeito de álcool ou tivesse cometido algum outro crime, isso seria uma suspensão automática. E eles não estavam fazendo isso; isso não estava acontecendo. Isso deveria ser automático. Você comete um crime enquanto está neste país; seu visto é cancelado. Você não nos disse que estava vindo para cá com o intuito de infringir a lei; você nos disse que estava vindo para cá a fim de estudar e depois voltar para o seu país. E se eles não estiverem fazendo isso, isso deveria constituir o fim do visto. E isso também não estava sendo aplicado.

PERGUNTA: Sim. E não é como se não houvesse precedente para isso, certo? Quero dizer, você não pode entrar no Canadá se tiver sido pego dirigindo sob efeito de álcool. Isto é, você não pode mentir sobre uma solicitação para ir ao México no seu passaporte. Parece que tivemos as leis de imigração mais frouxas, provavelmente o país onde a maioria das pessoas ao redor do mundo gostaria de entrar, e ainda assim nem sequer nos submetemos aos mesmos padrões de nossos vizinhos e, francamente, de todos os outros ao redor do mundo. 

SECRETÁRIO RUBIO: Sim. Ninguém mais faz assim. Ninguém mais faz assim. Somos nós que — creio que algo se formou na mentalidade americana de que, de alguma forma, vir para os Estados Unidos é um direito, que todos na Terra têm o direito de vir para os Estados Unidos legal ou ilegalmente, se quiserem. E isso simplesmente não é verdade. Isso nunca foi verdade. Mas esse certamente não pode ser o padrão, certamente não o padrão legal. E também não faz sentido.

Todos os países do mundo precisam ser capazes de controlar quem entra, quando entram, por que entraram. Precisamos ter padrões para tudo isso. E então é necessário impor esses padrões. E nós simplesmente — simplesmente perdemos completamente o foco nisso e, em vez disso, criamos essa mentalidade que, na minha opinião, abrangeu ambos os partidos, de que deveríamos permitir que qualquer um que quisesse entrar, que nossa posição padrão fosse sim, entre, e resolveremos isso depois. E essa não pode mais ser nossa posição padrão.

E, a propósito, se você explicar isso a países estrangeiros, eles entenderão perfeitamente. Pelo menos reservadamente, eles entenderão perfeitamente.

(…) 

PERGUNTA: Bem, sim, fico feliz que você esteja fazendo essa mudança. Mas como você vê tudo isso — seja a questão da DEI, etc. — como tudo isso se relaciona com o escândalo em torno da Usaid? Qual é a situação da Usaid hoje? Ela desapareceu? O que resta dela agora está completamente sob sua autoridade para supervisionar? Sei que você reuniu uma equipe forte e corajosa, incluindo o subsecretário principal Chris Landau, o subsecretário em exercício Darren Beattie, que já participou deste programa muitas vezes, e outros. O que tudo isso significa e como combatemos esses anos de pura insanidade, na verdade?

SECRETÁRIO RUBIO: Bem, acredito que a ajuda externa é algo que precisamos fazer e continuaremos a fazer, mas cada dólar que gastamos em ajuda externa tem de atingir pelo menos um de três objetivos. Tem de tornar os Estados Unidos mais fortes, tem de tornar os Estados Unidos mais prósperos ou tem de tornar os Estados Unidos mais seguros. Se o programa não fizer uma dessas três coisas, pode ser uma grande causa, e eu incentivo a Fundação Gates ou instituições de caridade em todo o mundo a adotá-la, mas tem de ser uma dessas três coisas.

Creio que o outro grande erro que aconteceu com a ajuda externa foi que a transformamos em uma ferramenta para exportar nossas políticas internas da extrema esquerda, certo? Então, a extrema esquerda decidiu que essas são coisas que consideramos boas e isso também se tornou imperialismo cultural. Começamos a usar a ajuda externa não como uma forma de tornar os Estados Unidos mais fortes, mais seguros e mais prósperos, mas como uma forma de impor — impor — a agenda política interna da esquerda a países estrangeiros. E se tornou um veículo para isso. 

Acredito que a terceira coisa que se desenvolveu ao longo do tempo é o que chamo de complexo industrial de ajuda externa. E estou falando de dezenas e dezenas dessas organizações não governamentais, essas ONGs, que arrecadavam centenas de milhões de dólares para executar esses programas em nome do governo dos EUA. E isso aconteceu — e não sou eu; Samantha Power teria dito isso — você tem de gastar — para enviar US$ 12 milhões diretamente às pessoas, você tem de gastar US$ 100 milhões. Você tem de gastar US$ 100 milhões para enviar US$ 12 milhões diretamente, porque você tem de pagar a ONG e depois o subcontratado, depois o sub-subcontratado e o sub-sub-subcontratado. E antes que você perceba, você está pagando o Hamas para distribuir comida ou algo assim. E isso tem de parar e tem de acabar.

Então, conduzimos uma revisão de 6 mil programas, quase 6 mil programas, na Usaid. Identificamos cerca de 900 que continuaremos a implementar, seja em sua forma atual ou com alterações. Cancelamos cerca de 5 mil desses contratos, e agora o objetivo é transferir todos esses programas para o Departamento de Estado, para que possamos revisá-los diretamente — porque, lembre-se, a Usaid era independente do Departamento de Estado. Eles faziam o que queriam.

PERGUNTA: Sim. Bem, parece que foi de propósito, certo? Uma vez que está em nível de ONG, de repente não há supervisão, então quem sabe para onde esse dinheiro está indo? Eu sempre me perguntei, enquanto você assiste — essas coisas são descobertas pelo Doge, e em três dias as sete principais pessoas da organização Act Blue, o grande aparato de arrecadação de fundos do Partido Democrata, de repente desaparecem magicamente. E eu sempre me perguntei por anos: como é que eles estão arrecadando cinco vezes mais para cada cadeira no Congresso — o que podemos disputar, como é que eles estão arrecadando dez vezes mais para alguns deles? Você acha que há alguma ligação entre esse dinheiro basicamente sendo devolvido aos Democratas — o aparato de arrecadação de fundos e/ou outras coisas obscuras? Porque eu — eu simplesmente não acredito mais em coincidências o suficiente para acreditar que isso aconteceu magicamente ao mesmo tempo.

SECRETÁRIO RUBIO: Bem, parte disso foi encaminhada ao Departamento de Justiça para análise, mas o que posso dizer com certeza é que há pessoas que ganharam muito dinheiro fazendo parte do complexo industrial de ajuda externa, fazendo parte dessa rede de ONGs que fazem coisas. E, francamente, parte disso simplesmente não fazia sentido, certo? Como você — acabei de voltar de uma viagem ao Caribe, onde fui à Jamaica, à Guiana e ao Suriname — a Bacia do Caribe. E a principal reclamação deles é que as ONGs financiadas pela Usaid não fizeram parceria com o governo, certo? E então — e você pode até ir às Embaixadas.

A propósito, isso não é bem compreendido. Sempre houve tensão entre o Departamento de Estado e a Usaid, porque tem um embaixador que diz: "Okay, estou tentando — estamos tentando estabelecer boas relações". A política externa dos EUA é ter boas relações com o líder deste país. E então a Usaid, operando a partir de sua Embaixada, está, por assim dizer, financiando a oposição política daquele líder que —

(…)

Portanto, vamos realinhar a ajuda externa, para que possamos ajudar os países com o que eles geralmente precisam. E muitos desses países, é a assistência à segurança. O que eles querem fazer é ser capazes de construir departamentos de polícia e forças de segurança a fim de que possam se tornar autossuficientes no combate a essas gangues e não precisem de ajuda externa no futuro. A melhor ajuda externa é aquela que, em última análise, termina porque é bem-sucedida, porque você entra, ajuda alguém, essa pessoa desenvolve sua capacidade e agora pode lidar com isso sozinha, e não precisa mais de ajuda externa. É para isso que a ajuda externa deve ser direcionada, não para sempre — esses programas existem há 25 anos. Se um programa de ajuda externa está em andamento há 25 anos, ele não atingiu seu propósito porque não resolveu o problema.

(…)

Veja o conteúdo original: https://www.state.gov/secretary-of-state-marco-rubio-with-donald-trump-jr-of-triggered-with-don-jr/

Esta tradução é fornecida como cortesia e apenas o texto original em inglês deve ser considerado oficial. 


This email was sent to stevenmagallanes520.nims@blogger.com using GovDelivery Communications Cloud on behalf of: Department of State Office of International Media Engagement · 2201 C Street, NW · Washington, DC · 20520 GovDelivery logo

No comments:

Page List

Blog Archive

Search This Blog

Drug Trafficking News Update

Offices of the United States Attorneys   You are subscribed to Drug Trafficking  n...